Ad immortalitatem

Há uma Fabiana que me habita que ainda não cresceu, é uma menina mimada e manhosa. Há uma Fabiana que me habita que entra na frente, tem voz forte, lidera. Ambas têm algo em comum: Eu.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

FLORIANÓPOLIS

Uma vez, ainda menina, a  tia de um amigo, que dizia possuir dons sobrenaturais, olhou nos meus olhos, em uma espécie de transe, e disse: "tu és um espírito de luz." Na época, me faltou entendimento para compreender, o que aquela gentil senhora estava, metaforicamente, afirmando a meu respeito. 

Com o passar dos anos, já adulta, na companhia de amigos, durante um campeonato de surf na Praia Mole em um momento de pura vibração do Onbongo Pro Surfing, olhei para os lados e pude entender o que a tia do meu amigo tinha me dito, a anos atrás:

Vi o céu de Florianópolis, o mar da Praia Mole, gente bonita sorrindo, conversando, peles bronzeadas, cabelos ao vento, reggae rolando de fundo. Vi todas as cores e tribos que se pode imaginar. Tatuagens de significados íntimos, tornozeleiras, brincos enormes, braçadeiras, tecidos de cor crua voando ao natural, sotaques de todo o país, evidenciando a originalidade, a liberdade de expressão de cada um. Vi nossa gente nativa, praiana, de pés na areia ao bom e velho estilo manezinho.

Chega o fim de tarde e diante daquele cenário livre e natural começa uma garoa de leve. E quem se importa? Comemorar o verão, vibrando, dançando, louvando a vida em baixo de chuva, é a ordem da vez! Naquele momento, pensei no mundo de desigualdades, que existe, não muito longe dali e cheguei a conclusão que sou realmente, um espírito de luz. Caso contrário teria nascido no Haiti.

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Instinto de Loba.

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