Ad immortalitatem

Há uma Fabiana que me habita que ainda não cresceu, é uma menina mimada e manhosa. Há uma Fabiana que me habita que entra na frente, tem voz forte, lidera. Ambas têm algo em comum: Eu.

sábado, 14 de novembro de 2009

GEYSE ARRUDA E A CATARSE COLETIVA

A acadêmica Geyse Arruda, 20 anos procurou os autos de São Bernardo- Estado de São Paulo- a fim de processar a instituição de ensino superior, Uniban (Universidade Bandeirantes), em 22 de outubro, deste ano. Alegou que havia sido agredida verbalmente por uma multidão de acadêmicos em fúria, no prédio da instituição. O motivo da catarse coletiva teria sido o vestido que a estudante do Curso de Turismo usava.


Perturbação da ordem


Existem leis para zelar pelos direitos dos acadêmicos. Existem leis para zelar pelos direitos do campus. Bem como os deveres de ambos. Campus Universitário trata-se de um local onde louvamos a educação e, portanto a formalidade é indispensável para que exista o respeito mútuo. Esse respeito existe na forma de agir, pensar, se vestir. O vestido rosa-estilo-sexta-pos-faculdade-vamos-para-esbórnia da acadêmica, despertou a massa enfurecida. E isso não aconteceu sem motivo. Faltou para ela o essencial: Responsabilidade Social. Responsabilidade Social é indispensável à todo acadêmico que se predispõe a ser cientista. Porque todo cientista, no futuro, servirá de referência. Servir como referência é educar. E educar é a maior responsabilidade que existe. Como diria Freire:


“Ninguém educa ninguém. Ninguém se educa sozinho. Todos nós nos educamos em comunhão, o tempo todo.”


O que Freire queria dizer é que nos educamos e educamos nossas crianças, o tempo todo, através da Educação Difusa. Educação Difusa era o tipo de processo de ensino e aprendizagem utilizado nas, já extintas, comunidades tribais, onde as crianças aprendiam imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nas cerimônias dos rituais. As crianças aprendem sozinhas "para a vida e por meio da vida", sem que alguém esteja, especialmente destinado a tarefa de ensinar. Aprendem imitando os adultos. Assim é na vida. Imitamos, uns aos outros. Educamo-nos, também, dessa forma.
Por isso tem que haver Responsabilidade Social em tudo: palavras, atos e imagem. A imagem fala do sujeito sem que ele diga nada. As roupas que uma pessoa usa dizem muito sobre ela. O corpo fala. E fala muito.
O que o corpo dessa moça estava falando à massa de pessoas que a condenou?
Ela usou a liberdade de expressão no modo como se vestiu. Ela queria dizer algo com a roupa que vestiu. Então tem que suportar todas as atribuições que implicam nisso. As pessoas poderiam aprovar ou não. Era um risco. Ela o aceitou. Parece que houve pretensão, por parte de Geyse Arruda, em tudo isso. Isso é fato.


Qualquer pessoa sabe que entrar em um campus vestido daquela forma, iria despertar os maus instintos. Um caso típico de alienação. Então o que Geyse queria? Saciar seu desejo desesperado por aparecer na mídia. Ter os seus, ridículos, 15 minutos de fama. Esse modo de se vestir, a tinta do cabelo, o botox nos lábios são sinais de alienação. Tudo que essa moça deseja é ser como as artistas da TV. Para isso acontecer ela se vestiu no espelho que a mídia estende. Ela comprou o modelo de mulher que o sistema impõe e se rebaixou ao grotesco Esse foi o seu maior fracasso. Há quem diga que ela se superou. Agiu de forma inteligente. Vai se promover. Vêem o acontecido como vantagem. Essas pessoas estão tão alienadas, quanto ela.


Futuro = Esquecimento


O que me conforta é saber que, depois de posarem nuas, essas alienadas são esquecidas. Amém! Diferentemente dos verdadeiros cientistas da história da humanidade. Eternos até hoje, referenciados, louvados, homenageados. A vida é melhor por causa deles. Sigmund Freud jamais foi para a faculdade com uma calça, apertadíssima de couro rosa-me-come-que-eu-gosto. A heroína brasileira Ana Maria de Jesus Ribeiro, vulgo Anita Garibaldi lançou-se nos campos de batalha na Revolução Farroupilha (1835-1845), onde passou por inúmeras privações e interminável sofrimento, mas montava vestida, honrosamente, de prenda. Penso que Geyse, a julgar por seu comportamento acadêmico, não pretende ser cientista, muito menos ficar para a história. Possuir uma postura louvável que condiz com a Ciência é fator, primordial, para o sucesso na vida acadêmica. Sou contra a violência verbal na qual ela foi vítima, da mesma forma que sou contra a maneira como ela se vestiu para ir ao campus, naquela ocasião.


Outra coisa:


Tamanha foi minha indiguinação, ao assistir no Youtube, o manifesto da universidade do Distrito Federal a favor dessa moça. Em um país onde a cada quatro segundos morre uma criança vítima de violência, universitários se unem em prol de uma tola. É tola. Cabe até dizer, vítima do sistema capitalista.


A questão é:


Que país maravilhoso teríamos se nossas saudosas caras pintadas, que pediram o impeachment de Fernando Collor da Presidência da República, fossem às ruas por cada criança que está morrendo de fome ou está sendo vítima de algum tipo de abuso. Bom se as pessoas se mobilizassem, dessa forma, por todas as mulheres de bem, que sofrem e muito, vítimas de agressões reais em nosso país.


Que sociedade é essa em que Maria da Penha teve que pagar, com o próprio corpo, o preço por uma lei que proteja à nós, mulheres e Geyse Arruda pensa em se promover reivindicando o direito de se vestir como uma marionete alienada, em meio acadêmico?


Um salve à Maria da Penha e Anita Garibaldi: Mulheres de verdade.
Um salve à todas as grandes causas. Chega de mulheres alienadas.
Unamo-nos por uma causa menos imbecil!


"Transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha mais dinheiro.” (Cazuza)

Um comentário:

Marcelo disse...

Mandou muito bem!! Concordo plenamente!!


Instinto de Loba.

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